quarta-feira, 13 de abril de 2011

Era uma quinta-feira 13. A lua estava sem brilho e o céu negro. As luzes dos postes piscavam excessivamente e eu entrei naquele lugar. Um sujeito surgiu da segunda porta da tentação e me entregou um copo de vidro quadrado com algo dentro. Verifiquei sem verificar e bebi tudo. Tinha gosto de alcool. Tentei procurar por ele, porém alguém me puxou suavemente e sussurrou: 
"Terceira porta... O que achas de entrarmos e ver o que tem lá dentro? Dizem que é uma das poucas portas disponíveis..." 
Eu entendi meia palavra do que dissera. Sorri meigamente e o puxei para a tal porta disponível. Ele deu um sorriso malandro e abria o cinto com a mão livre. 
Tentei me lembrar de teu nome, como ele estava vestido. Qual era o sabor de teus beijos e o que havia no copo de vidro. Tentei perceber se estava tudo bem comigo e onde estavam minhas amigas. A única coisa que eu sabia naquele momento que aquele tal garoto de olhos azuis penetrantes estava penetrando em mim. Minha saia estava jogada em um canto do quarto. Os travesseiros em cima do armário e a cama bagunçada. A tua calça estava longe e tua camiseta em meu rosto. Meu sorriso descontrolado e gemidos eram música para teus ouvidos. 
"Me beije agora" ouvi-me dizendo. 
Ele riu, colocou tua mão livre - a qual não estava em minha coxa - em meu rosto e me beijou tão calmamente que vi estrelas naquele quarto escuro. Estava delirando, meus olhos brilhavam de um jeito único e estranhamente.  Ele mordiscou meus lábios e disse: 
"O que achas de descer um pouco? Preciso de vodka" 
Ainda estava delirando por causa daquele beijo bom. Concordei e me levantava da cama procurando minha saia rodada. Ele riu da situação. Estava escuro demais para encontrar algo. 
"Deixa que eu acendo a luz" 
E a luz quase cegou meus olhos. 
Encontrei minha saia, coloquei-a e fiz questão de agradecê-lo. Ele estava de costas para mim. Sentei novamente na cama e o puxei pela calça. Dei diversos beijinhos em sua barriga e fui descendo até chegar ao zíper. Eu era experiente. Sabia exatamente o que fazer naquele momento. Abocanhei o zíper de sua calça e fechei-o. Sorri para ele. 
"Bom trabalho, lindinha" 
Calçei meus sapatos e esperei ele colocar a camiseta. Eu estava atrás dele. Ele se virou e pegou em minha mão, abriu a porta e me beijou sem mais nem menos. Encostei-o na parede do corredor que estava movimentado por pessoas que eu não conhecia. Ele apertou minha bunda e eu sussurrei algo em seu ouvido. E continuou a andar pelo corredor. 
A música estava alta demais para o meu gosto. Me ofereceu uma vodka com limão e eu aceitei. Bebi alguns goles e ele encontrou um velho amigo de infância. 
Bom, eu entendi que era um velho amigo, pois quando o encontrou o deu um grande abraço. Seu amigo estava com os cabelos despenteados, mais do que o normal, e com a boca suja de batom. Eu e ele, entendemos na hora onde ele estava. Já que quando os dois se abraçavam para relembrar os velhos tempos, uma garota segurando os sapatos e andando com as pontas dos pés caminhavam para o começo do corredor, tentando parecer discreta. 
"Pelo visto se deu bem hoje..." seu amigo disse. 
Tentei dar um sorriso amigável, porém só saiu metade dele.
"E tu também..." e riu. 
Que situação, constrangedora. Queria sair o mais rápido possível de lá. O efeito do álcool já estava no seu fim e minha calcinha entalada. 
"Vou deixar vocês conversando e depois a gente se vê pela festa, pode ser?" disse rapidamente e sai do mesmo jeito. Voei por aqueles corredores até chegar na saída. Arrumei meus cabelos, no possível. E sai. Para bem longe.