domingo, 30 de dezembro de 2012

"Somos genuínos. Somos o centro. Vivemos no impecável e não precisamos da sua graça. Não olhamos para trás e nem queremos. Vivemos onde ninguém quer." sussurei ao teu ouvido. Tu apenas suspirou e concordou. Brindamos a noite e as estrelas.
Teus cabelos já não eram mais os mesmos depois das 2h, havia marcas de beijo com batom nas tuas bochechas e o ciúme reinava. Perguntei por tua camisa, já que não estava no teu corpo e tu destes de ombro para mim. Precisei, fora necessário, peguei do meu bolso furado um dos últimos cigarros. Acendi com o isqueiro de alguém que perdeu. E sorri para o céu. A fumaça veio como uma benção e tu roubou-a de mim.
"Não olhamos para trás" tu repetiu para mim enquanto pegava meu cigarro e tragava.
Com uma das mãos ocupadas e a fumaça misturando-se com o vento, tu me puxou pela cintura e roubou-me um beijo, deixei porque talvez tu seja aquele que me salva e depois de tudo dizer que vai dar tudo certo. Tu me beijou de novo e de novo. E me deu o cigarro de volta. 
Sorri com os lábios querendo dizer tantas coisas a ti, porém não sei como. Então simplesmente sorri e ti esperei dar-me um beijo.