quarta-feira, 25 de julho de 2012



É, estou vendo que estou sozinha no meio do nada. Estou vendo que não tenho amigos e não posso contar com os meus inimigos. Já chorei tanto por ti... que agora minha única companhia são minhas lágrimas. Eu não queria que isso acontecesse até porque tu era meu pequenino amore, mas aconteceu. Depois da minha quinta garrafa, eu fiquei com outro garoto. Ele tinha os mesmos olhos que os teus, o mesmo sorriso, mas faltava uma única coisa para ser tu, teu senso de humor incrível. Parecia que tudo era tão fácil pra ti... E tudo tão difícil para mim. 
Demorei alguns bons minutos para cair na real que não era tu quem eu estava beijando. Dei algumas boas risadas, ele me olhou e riu junto comigo. Entendeu como uma piada sem graça, já que apareceu de um canto desconhecido, sentou do meu lado no meio-fio, nos olhamos e nos beijamos. Nem sabia o seu nome. 
Então veja amor, o qual ponto eu cheguei, sento em algum espaço vazio e beijo qualquer um que se pareça contigo. Não queres voltar, não? Estou chegando em desespero, onde eu não queria, mas tu não me deixa escolha. Volta que eu faço de ti o melhor.

O garoto limpou a boca e entrou naquele jogo de perguntas e respostas. Perguntando meu nome, minha idade, o que eu estava fazendo ali e o porquê. Respondi com sinceridade, claro, tu que me ensinou assim. 

"E o meu é Arthur" ele disse passando as mãos no cabelo, demostrando algo que eu não me toquei. 
"Bacana... Já conheci uns bons Arthur, mas ninguém como tu" 
Acho que ele queria me beijar depois disso, mas amor o que eu faço? Se o que eu quero é só te beijar? Ele segurou em minha mão e sorrio, com o seu sorriso mais lindo. E disse: 
"É algum amor distante?" 
Virou psicólogo por acaso? 
"Sim." respondi fria. 
"Sinto muito incomodá-la, mas gostei da tua atitude" 
"Qual?"
"De me beijar, nunca, jamais, teria coragem"
Entendi como um 'tu é feia, nunca iria beijá-la. Abaixei a cabeça para ele não ver minha feiura. Ele riu tanto que fiquei com vergonha. 
"Entendesse errado, sua linguagem corporal diz isso" que ousadia, "mas não é o que estás pensando, não teria coragem, pois sou o tipo de garoto que analisa a garota primeiro" 
Não entendi nadica do que aquele Arthur estava dizendo, realmente ele era psicólogo, estacionou sua mão no meu ombro, como as mães fazem quando querem acalmar os filhos. E continuou: 
"E as cinco garrafas ao seu redor, dizem que não estás bem. Quem sabe, precisa de outro beijo" 
Me lembrei do porque achei parecido contigo, amor, tua qualidade de ajudar o próximo ou a próxima garota, que fala mais alto. Sempre querendo cuidar dos outros, mas esquecendo de cuidar de si mesmo. Eu ri com essa lembrança. 
"Beijo?" 
"Isso mesmo' 
"Sempre achei que tinhas palavras sábias, além de bons beijos"