sexta-feira, 6 de setembro de 2013


Mandei ele pra bem longe, longe de mim. Não cabia a ele resolver tais problemas como eu ser uma viciada. Daquela droga não cabia a ele dar qualquer opinião. Mandar ele a merda foi necessário. Lembro-me dos seus olhos caindo e o sorriso ficando amarelo e sem orientação. A voz ficando fina e sem saber o que falar. E o que fiz? Acendi mais um, aquela droga viciante que queima os pulmões ao pouco, e esperei ele sair por aquela porta. O barulho da porta se fechando estralou no meu ouvido e me afoguei na fumaça. Cof, cof.

Nem chorei, nem pisquei... Fiquei sem reação, era o amor da minha vida indo embora. Mas o cigarro também era. Ou não? Fiquei com sede, mas traguei mais uma vez. Ele implorou. Entendi que não era culpa minha, estava presa à isso. Mas também precisava de liberdade para correr atrás de algo que havia perdido há tempo. Tanto tempo...

Eu queria ele de volta, só não sabia o que fazer. O que eu poderia fazer? Ele tinha total razão, as pontas dos meus dedos queimadas demonstravam isso. O cabelo implorando por retoque e o shorts mais curto que o normal. Ele tinha tanto para viver e eu pouco. Tão pouco que aceitei já fazia tempo. 
Apeguei-me na sua imagem. Não cabia à mim correr atrás.

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